Non mi pento di niente!

Para as minhas queridas amigas!

Nao me arrependo de nada,

da mulher que sou.

Me acontece as vezes de observar em outras mulheres,

a mulher que poderia ser...

Mulheres garbosas, exemplos de virtude...

Laboriosas bravas mulheres...

como minha mae gostaria que eu fosse.

Nao sei por que passei a vida toda a me rebelar contra elas...

Odeio as suas ameaças ao meu corpo...

A culpa que suas vidas impecaveis, por algum maleficio, me inspira...

Me revolto contra o pranto noturno em cima do travesseiro,

contra a vergonha de sua nudez, embaixo da roupa intima

passada e engomada.

Todavia essas mulheres me olham do fundo de seus espelhos

Alçando um dedo acusador...

Me olham severamente por que nao me encaixo

no molde perfeito dos seus sonhos...

Por que ouso ser aquela louca incerta

Terna e vulneravel

que se enamora como uma puta triste

de causas justas e homens belos

e de palavras divertidas...

Por que adulta ousei viver a infancia proibida

Ousei gozar do corpo sao e sinuoso

 cujos genes herdei dos meus antepassados

Nao responsabilizo ninguem, até agradeço as mulheres

Nao me arrependo de nada!

Como disse Edith Piaf.

Mas nos poços escuros nos quais mergulho ao amanhecer

Apenas abro os olhos, sinto as lagrimas que me oprimem

A despeito da felicidade que conquistei

Rompendo capas e extratos de rocha ternaria e quaternaria

Vejo as mulheres que estao em mim...

sentadas nos vestibulos

Que me olham com olhos dolentes

e me sinto culpada pela minha felicidade...

Absurdas meninas me circundam e dançam

musicas infantis de encontro a mim

De encontro a essa mulher plena

de seio rigido e quadris largos

que por minha mae e contra ela, eu gosto de ser.

Nao me arrependo de nada!


http://www.youtube.com/watch?v=8IMA_UibtIw